quarta-feira, 11 de março de 2015

Fóssil armazenado em museu inglês é uma nova espécie de ictiossauro


Um fóssil guardado no Museu de Doncaster durante 30 anos e que os cientistas acreditavam que fosse apenas uma réplica em gesso revelou ser uma nova espécie de antigo réptil.

Um fóssil armazenado durante anos no museu de Doncaster (norte da Inglaterra) pertence a uma nova espécie até agora não identificada de ictiossauro, um dos répteis marinhos extintos mais antigos conhecidos, conforme publicou nesta quinta-feira a revista britânica "Journal of Vertebrate Paleontology".

A nova espécie deste réptil, descoberta por um jovem paleontólogo, foi batizada como Ichthyosaurus anningae, em honra a Mary Anning, a "caçadora de fósseis" britânica que encontrou o primeiro ictiossauro no litoral de Dorset (sul da Inglaterra) em 1811.

O fóssil, que estava há mais de 30 anos no estoque do museu, já que se pensava que era uma cópia realizada em gesso, é original e pertence a uma nova espécie de ictiossauro.

O jovem paleontólogo Dean Lomax, que trabalha na universidade de Manchester, o encontrou em 2008 e mais tarde iniciou um estudo em parceria com a professora Judy Massare da State University de Nova York para analisar a peça.

Lomax e Massare compararam o fóssil, de cerca de 189 milhões de anos de idade, com outras mil peças de ictiossauro espalhadas por diferentes museus da Europa e dos Estados Unidos, e constataram algumas diferenças.

Este espécime foi descoberto em 1980 no litoral de Dorset, um lugar onde são abundantes fósseis deste réptil - já que o ictiossauro habitou tais águas no período Triássico -, e foi posteriormente destinado ao museu de Doncaster. Ainda não se sabe porquê ele foi armazenado como uma cópia.

Lomax destacou que o fóssil está tão bem conservado que se pode determinar, inclusive, o conteúdo do estômago do ictiossauro.

"No fóssil podem ser observados pequenos restos de tentáculo de lula, por isso que podemos saber qual foi sua última refeição", explicou o paleontólogo em entrevista à emissora pública britânica "BBC".

Fonte: EFE e UOL

Descoberto monstro marinho que viveu há 480 milhões de anos

Ilustração do Aegirocassis benmoulae (da extinta família dos anomalocaridídeos), um monstro marinho similar a um crustáceo de dois metros de comprimento, que vagava pelos mares há 480 milhões de anos, e se alimentava de plâncton, assim como as baleias. É um dos maiores artrópodes que já viveu na Terra, segundo pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido

Pesquisadores das universidades de Yale e Oxford descobriram um monstro marinho similar a um crustáceo de dois metros de comprimento, que vagava pelos mares há 480 milhões de anos, e tinha hábitos alimentares iguais aos das baleias de hoje em dia.

A criatura "teria sido uma das maiores a viver nesta época", segundo a zoóloga Allison Daley, uma das auroras do estudo, da universidade de Oxford.

O estudo, coordenada por pesquisadores das universidades da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, foi publicada na revista especializada Nature.

O monstro marinho levava na cabeça uma rede de espinhos que filtrava os alimentos e seria, então, o mais antigo representante conhecido até hoje dos gigantes aquáticos que se alimentam filtrando a água do mar.

A nova espécie foi batizada 'Aegirocassis benmoulae' em homenagem ao caçador de fósseis marroquino Mohamed Ben Moula, que fazia buscas no Marrocos.

O 'Aegirocassis benmoulae' faz parte da família extinta dos anomalocaridídeos, animais marinhos que surgiram há 520 milhões de anos. Até hoje, porém, a maior parte dos anomalocaridídeos descobertos eram predadores que se encontravam no topo da cadeia alimentar, próximos aos tubarões de hoje em dia.

A nova espécie de anomalocaridídeo lembra as baleias de hoje em dia, que filtram a água do mar através das barbas para recolher o plâncton, mas da família dos mamíferos.

Peter Van Roy, um dos autores do estudo da Universidade de Yale, utilizou um novo método de análise de fósseis que permitiu ter uma visão 3D do animal, como ele deveria ser quando reinava nos oceanos, sobre fósseis encontrados no Marrocos e vindo das coleções do Museu Peabody de Yale, do Museu Real de Ontário e do Smithsonian em Washington.

O estudo dos fósseis, que são chatos como flores secas dentro de um livro, normalmente não fornece tantos detalhes.

A pesquisa conseguiu, assim, mostrar que o 'Aegirocassis benmoulae' tinha uma espécie de barbatana de cada lado do corpo.

As barbatanas seriam as ancestrais da fileira dupla de patas característica dos artrópodes, invertebrados recobertos de uma carapaça como os crustáceos, as aranhas e os insetos. O que faz dos artrópodes os primos mais próximos do hoje desaparecido Aegirocassis.

Fonte: UOL e AFP

quinta-feira, 5 de março de 2015

Chile confirma que há relação entre esfriamento da Terra e fim de dinossauros


Em imagem cedida pelo Instituto Antártico do Chile (INACH), pesquisadores encontraram fósseis de fauna e flora que revelaram a existência de um esfriamento no clima durante o final do período Cretáceo, que "favoreceu a extinção dos dinossauros" na área conhecida hoje como "Região de Magalhães, no extremo sul do país. A foto foi feita em 20 de fevereiro de 2015

Os fósseis da flora e da fauna encontrados na Região de Magalhães, no extremo sul do Chile, revelam a existência de um esfriamento do clima durante o fim do período Cretáceo da Era Mesozoica, o que "favoreceu a extinção dos dinossauros", disse nesta quinta-feira (5) à Agência Efe o cientista Marcelo Leppe.

Esta variação climática, evidenciada por sinais geoquímicos e pela diminuição do tamanho das folhas fósseis achadas, determinou a presença e a ausência de certos tipos de plantas vinculadas à dieta dos dinossauros, o que propiciou a diminuição de diferentes espécies destes animais.

Segundo Leppe, as descobertas feitas nesta região complementam a hipótese levantada durante os últimos anos, que sustenta que no fim do Cretáceo, antes do impacto de um meteorito em Iucatã, "houve um período frio que teria provocado a formação de gelo antártico e produzido uma grande diminuição do nível do mar".

A expedição paleontológica, organizada pelo Instituto Antártico Chileno (Inach), estudou os fósseis da Estancia Cerro Guido e da Estancia Las Chinas, situadas na Região de Magalhães, um local considerado por Leppe como "uma Pedra de Roseta" da paleontologia. O trabalho foi feito em parceria com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, do Rio Grande do Sul, e a Universidade de Heidelberg, da Alemanha.

"Este lugar remoto, que tem refletido o ambiente marinho e continental, é um ponto estratégico que proporciona uma 'foto' de um momento determinado da história natural", sustentou o cientista.

Isso acontece graças à existência de uma grande diversidade de fósseis de vertebrados, como o saurópode, o hadrossauro e os répteis, entre os quais se destacam os plesiossauros e os mosasaurus; além de um grande número de fósseis de flora, representadas principalmente em "impressões de folhas em perfeito estado de conservação e troncos com anéis de crescimento que permitem estabelecer os efeitos das variações climáticas".

O complexo Cerro Guido e Las Chinas, um dos cinco lugares mais importantes da América do Sul para o estudo da vida dos dinossauros, tem em suas rochas registros de diferentes ambientes do final desse período, que vão desde marítimos profundos -- durante o Campaniano de 83 a 72 milhões de anos -- com invertebrados e répteis marítimos, a litorâneos e continentais com rios e lagoas -- durante o período Maastrichtiano de 72 a 66 milhões de anos.

Esta incomum concentração de ambientes permitiu o descobrimento, no ano passado, de um "marco biológico", segundo o cientista, pois foi encontrada uma folha fossilizada de nothofagus, espécie de árvore típica do hemisfério sul, que para ele era exclusiva da Antártida.

A descoberta de flora de origem antártica, pela primeira vez na América do Sul, se correlacionaria com a possibilidade de que o esfriamento climático possa ter produzido uma diminuição do nível do mar e, consequentemente, deixado descoberta "uma ponte terrestre entre a Antártida e a Patagônia", afirmou.

"O nothofagus é uma planta intolerante à água do mar, não pode se propagar nem por sementes, nem de nenhuma outra maneira, portanto esta descoberta é uma evidência concreta da mudança climática e que a Antártida e América do Sul estiveram conectadas no final da Era dos Dinossauros", afirmou o cientista.

Graças aos resultados desta expedição paleontológica, uma nova página sobre o mistério do desaparecimento dos grandes dinossauros da face da Terra começa a ser escrita.

Fonte: EFE e UOL

quarta-feira, 4 de março de 2015

Por que o peso de um dinossauro importa para a ciência

Cientistas britânicos determinaram que a fêmea de estegossauro "Sophie" pesava 1,6 tonelada e
tinha o tamanho de um rinoceronte

Na entrada do Museu de História Natural de Londres, "Sophie" fascina os visitantes. Ela é uma fêmea de estegossauro, cujo esqueleto é o mais completo do mundo.

Sua exposição serve também como uma espécie de celebração pelo fato de seu peso ter sido identificado. Um grupo de cientistas britânicos concluiu que ela pesava cerca de 1,6 tonelada quando estava viva e tinha tamanho semelhante ao de um rinoceronte pequeno.

Os especialistas calcularam a massa corporal do dinossauro, que morreu quando ainda era jovem, com 6 ou 7 anos, há mais de 150 milhões de anos.

Os cientistas criaram uma versão digital em 3D do esqueleto, calculando o volume de pele ao redor dos ossos e comparando os dados com informações de animais modernos do mesmo tamanho.

"As descobertas mostram o quanto espécies completas como essa são excepcionalmente importante para pesquisas científicas", disse o professor Paul Barett, diretor do departamento de dinossauros do museu.

"Agora que sabemos o peso do estegossauro, podemos começar a entender melhor seu metabolismo, seus hábitos alimentares e sua taxa de crescimento. Também podemos aplicar a mesma técnica para outros fósseis e assim entender melhor a ampla ecologia dos dinossauros."

Intacto
O esqueleto foi descoberto em 2003 no estado americano de Wyoming e 85% está intacto.

"Sophie" era relativamente pequena, com 3 metros de altura e 5,6 metros de comprimento.

Charlotte Brassey, paleontologista co-responsável pelo projeto, deu detalhes à BBC sobre a importância de se determinar a massa corporal do dinossauro.

"Se você quiser estimar a velocidade em que um animal corre, você precisa saber sua massa corporal; se quiser saber algo sobre seu metabolismo, também", disse.

"Por isso estamos tão empolgados e animados para, agora, começar a estudar os músculos para determinar detalhes de como ela se locomovia."

Fonte: BBC Brasil

Cientistas confirmam descoberta do fóssil mais antigo do gênero "Homo"



Pesquisador exibe um pedaço de mandíbula descoberto na Etiópia, que os cientistas batizaram de LD-350-1: ancestral humano teria vivido há 2,8 milhões

Uma equipe de cientistas confirmou nesta quarta-feira (4) a descoberta de um fóssil de um hominídeo de 2,8 milhões de anos, que se torna assim o mais antigo encontrado até agora do gênero "Homo", ao qual pertence o homem atual.

Trata-se de parte da mandíbula de um hominídeo achada em 2013 na Etiópia, cuja análise em dois estudos publicados na revista "Science" aponta que a divisão do gênero "Homo" ocorreu quase meio milhão de anos antes do que se tinha concluído anteriormente.

Os pesquisadores indicam que o fóssil, que é conhecido como LD 350-1, combina os traços primitivos do "Australopithecus" com as características mais modernas do "Homo", que situariam este gênero antes no tempo.

Os pesquisadores apontam, entretanto, que ainda é cedo para chegar a tal conclusão, e que são necessários mais estudos para determinar a qual espécie pertence.

Até agora, os fósseis mais antigos descobertos do gênero "Homo", que agrupa as espécies que evoluíram no homem moderno ("Homo sapiens"), datavam de aproximadamente 2,3 ou 2,5 milhões de anos.

"Apesar de muitas buscas, os fósseis da linhagem 'Homo' de mais de 2 milhões de anos são muito raros", afirmou Brian Villmoare, da Universidade de Nevada, um dos principais cientistas envolvidos na descoberta do fóssil.

Villmoare e sua equipe estudaram a fundo a mandíbula, que conta com cinco de seus dentes intactos, e descobriram que, embora a idade e localização do fóssil o coloquem perto do "Australopithecus afarensis", sua arcada dentária coincide mais com as primeiras espécies do "Homo".

O acadêmico explicou que o período que abrange entre 2 e 3 milhões de anos é um dos que tem mais lacunas a respeito do estudo das origens do homem. "Ter uma ideia da fase mais antiga da evolução de nossa linhagem é particularmente emocionante", afirmou.

A pesquisadora do departamento de geociências da Universidade Estadual da Pensilvânia Erin DiMaggio lidera outro estudo no qual é descrita geologicamente a jazida onde foi descoberta a mandíbula e confirma a idade do fóssil.

"Temos certeza da idade do LD 350-1", afirmou Erin, acrescentando que foram utilizados diferentes sistemas de datação, como análise radiométricas das camadas de cinzas vulcânicas para determinar a idade dos sedimentos da jazida.

As rochas e fósseis vegetais que estão sendo analisados "permitem lançar luz não somente sobre uma linhagem humana, mas sobre o estabelecimento de um entorno geológico no qual viveram os primeiros 'Homo", explicou a pesquisadora.

Fonte: EFE e UOL